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4.2.1. Transportes públicos para reduzir emissões e aumentar a qualidade de vida

Segundo dados da Comissão Europeia sobre Portugal, no ano de 2021, 91% dos passageiros utilizou transporte rodoviário individual, 5,7% recorreu ao transporte público rodoviário, 2,9% ao comboio e apenas 0,7% ao Metro ou Metro Ligeiro de Superfície. Em contrapartida, na UE27, a repartição modal dos passageiros por quilómetro foi, respetivamente, 85,2% para o transporte individual, 7,4% para o transporte público rodoviário, 6% para a ferrovia e 1,3% para o Metro.

GRÁFICO 28 – Distribuição modal
Fonte: Statistical Pocket Book 2023

Comparando esta repartição modal com a de 2019, observa-se que aumentou a predominância do automóvel, tanto na UE como em Portugal. Porém, considerando o conjunto dos países da UE27, Portugal ocupa o segundo lugar onde é maior o peso relativo do automóvel no total dos passageiros-kms transportados, apenas superado Letónia. A relevância desta dupla tendência explica o peso residual dos transportes públicos no contexto da mobilidade de passageiros no país, assim como o acréscimo específico das emissões do setor dos transportes no total de emissões de CO2.

Em 2021, em Portugal, 42% das emissões de CO2 tiveram origem no setor dos transportes, 19% na indústria da produção de energia, 17% na indústria transformadora, 4,1% no setor residencial e 5,4% serviços/agricultura. Na UE27, a repartição das emissões de CO2 por setor apontava para 29,2% nos transportes, 28% na energia, 15% na indústria transformadora, 10,6% no Residencial e 7% nos serviços/agricultura. Para que o país acerte o passo com a média da UE27 em matéria de emissões de CO2 nos transportes será crucial apostar nos transportes públicos em quantidade e em qualidade, especialmente no modo ferroviário de transporte.

A estratégia de favorecimento do automóvel individual é especialmente visível nas deslocações pendulares casa-trabalho. Na Área Metropolitana de Lisboa, em 2021, mais de 60% da população usou o transporte individual para deslocações pendulares, o que até representa um aumento de 3 pontos percentuais em relação a 2011. Já na Área Metropolitana do Porto o valor chega aos 74% e em regiões com redes de transporte público mais deficitárias, esta taxa aumenta. Leiria, Viseu, Aveiro, Alto Minho, Coimbra ou Médio Tejo têm taxas superiores a 80%.

Em algumas das localidades, o transporte público pura e simplesmente não existe; noutras, onde existe, não tem horários, rotas ou frequência adaptados às necessidades da população. Combater as alterações climáticas e as desigualdades de acesso ao transporte e à mobilidade em termos de coesão social e territorial é também investir numa política de transportes que aumente a oferta do transporte público e que baixe os preços a ele associados.

GRÁFICO 29 – Percentagem de utilização de transporte individual para deslocações casa-trabalho
Fonte: INE, 2021
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