4.4. Levar a sério a adaptação às alterações climáticas: salvar vidas, proteger o território, criar empregos
O 6.º Relatório do IPCC foi claro ao declarar ser “inequívoco que a influência humana aquece a atmosfera, o oceano e a terra” e que “ocorreram mudanças generalizadas e rápidas na atmosfera, oceano, criosfera e biosfera”. De facto, foram registados 65 novos eventos extremos climáticos ao longo de 2022, com 40 estações a reportarem temperaturas máximas absolutas durante o mês de julho e 4 estações a registarem máximos de precipitação no mês de dezembro.
Além disso, o ano de 2022 foi caracterizado por seis ondas de calor, quatro das quais ocorreram durante o período de verão. Também foram observados cinco eventos de cheias, resultantes da precipitação intensa e persistente.
O aumento da temperatura média global está a criar uma resposta amplificada no aquecimento do mediterrâneo, criando condições para o aumento de ocorrência de ondas de calor, mais intensas e prolongadas, acompanhadas por períodos de seca e cada vez mais incêndios florestais extremos.
Portugal é, na Europa, um dos países com mais riscos climáticos, nomeadamente de tempestades, cheias e secas, de ondas de calor, de incêndios florestais e do potenciamento da erosão costeira.
O Governo PS deixou para trás a adaptação às alterações climáticas. O Programa de Ação Para a Adaptação Às Alterações Climáticas, aprovado em 2019, enunciava ser necessária a adaptação nos domínios dos incêndios rurais, da conservação e melhoria da fertilidade do solo, do uso eficiente da água, da resiliência dos ecossistemas, da prevenção das ondas de calor, das pragas, doenças e invasoras, das inundações e da capacitação e sensibilização da população. Mas o orçamento alocado não passou dos 4,4 milhões de euros.