13.1.1. Crise nos cuidados à velhice
Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. No ano de 2021, 23,6% da sua população tinha mais de 65 anos de idade, o que torna urgente a adoção de políticas públicas eficazes a enfrentar o combate ao isolamento e solidão, bem como a diminuir a taxa de risco de pobreza deste grupo geracional, sendo que as mulheres se encontram entre as mais atingidas por este flagelo.
Portugal tem, no entanto, uma taxa de cobertura de respostas sociais para este grupo etário bastante reduzida: menos de 13% dos idosos têm acesso a apoio de profissionais, seja apoio domiciliário, seja apoio institucional (centros de dia e lares). A despesa pública em cuidados de longa duração é muito limitada: 0,4% do PIB, quando em países do norte da Europa, por exemplo, é dez vezes mais.
Apesar do crescimento, a rede de cuidados continuados não tem mais de 16,5 mil vagas, e apenas 2% da oferta é pública, sendo que em algumas tipologias, não há nenhuma resposta pública, mas sim uma parte comparticipada pelo Estado. Este número de vagas está muito aquém das necessidades. O tempo necessário para conseguir acesso, cria desespero em milhares de pessoas que se vêem sem solução para os seus familiares.